Era filha de Abu Bakr, um dos primeiros apoiantes da mensagem religiosa de Muhammad. Embora o seu casamento com Maomé tenha tido como principal objectivo cimentar laços políticos entre o seu pai e o profeta do islão, Aicha tornou-se a esposa preferida de Maomé.
Existe alguma controvérsia em torno da idade que Aicha teria quando casou com Muhammad e sobretudo em torno da idade, cerca de 6 anos, enquanto o casamento foi consumado aos nove anos para a maioria dos historiadores.
Em 627 Aicha acompanhou Maomé numa expedição militar, mas perdeu-se do grupo quando este retornava a Medina. O motivo que a separou do grupo relaciona-se com um colar por si perdido que Aicha tentou procurar; quando o exército partiu ninguém reparou que Aicha não se achava na sua liteira por esta estar coberta com véus. Tendo notado que ficou para trás, Aicha esperou no deserto até que alguém a procurasse. No dia seguinte, Aicha foi encontrada por um homem que passava perto (sem qualquer ligação com o grupo a que ela pertencia) e que a levou junto do exército. Este episódio deu azo a relatos maliciosos que acusavam Aicha de adultério e que pediam a Maomé para que se divorciasse dela.
Quando Maomé morreu em 632 Aicha teria cerca de dezoito anos, tendo ainda vivido durante mais de quarenta anos. Aicha permaneceu pouco envolvida politicamente nos anos que se seguiram à morte do esposo, até a época do terceiro califa Otman. Durante esta altura Aicha foi uma das principais figuras que incentivou a revolta contra este califa, tido como corrupto e favorecedor donepotismo por alguns muçulmanos. Aicha abandonou a cidade de Medina antes do assassinato de Otman em 656.
A partir de então Aicha dedicou-se a combater Ali, tendo liderado um exército contra este. Foi derrotada na Batalha do Camelo (assim denominada pelo facto de Aicha cavalgar um camelo) e feita prisioneira. Acabou por ser libertada, tendo vivido em paz em Medina onde veio a falecer.
A figura de Aicha serve de inspiração às feministas islâmicas que consideram-na como um exemplo de que a mulher pode desempenhar um papel activo na vida religiosa islâmica. A maioria dos muçulmanos xiitas consideram-na uma conspiradora, tendo em vista o facto de ela ter enfrentado Ali, que os xiitas consideram ser o sucessor legítimo de Maomé na liderança da comunidade islâmica (a umma).
Fonte: Wikipédia